O Caso da Tarântula Assassina

*Este texto é minha primeira incursão literária na ficção científica. É um conto (ou seria fábula, estudiosos de letras me ajudem nisso) que contém apenas ideias mirabolantes da minha cabeça. É um texto longo, quem tiver paciência de ler, por favor escreva sua crítica ao final! Obrigado. 
Nana era uma aranha. Uma tarântula, também conhecida por caranguejeira. Ela vivia na floresta com sua família. Um dia veio um caçador até o meio da mata ela morava e passou com sua terrível camionete 4x4 sobre o ninho da família dela. Não sobreviveu ninguém além de Nana. Ela jurou vingança e correndo conseguiu se alojar na camionete do caçador.
Enquanto seus oito olhos lacrimejavam pela perda de sua família, sua cabeça começava a arquitetar o plano de destruir toda a humanidade. Nana estava obcecada, e só pensava em sangue. Ao chegar na cidade começou a procurar ajuda de outros animais para aniquilar a espécie humana da face da terra, porém sem sucesso, ninguém acreditava que uma simples aranha conseguiria tal feito, muitos animais concordavam que os humanos deveriam ser extintos, porém não estavam dispostos a ajudar.
A sede de morte de Nana a levou até o Senhor Buíno, um macaco que havia fugido do zoológico e estava vivendo clandestinamente em um casebre abandonado no subúrbio da cidade. Buíno disse para Nana que no zoológico onde ele morava, havia um laboratório onde estavam desenvolvendo um soro contra a picada de aranhas caranguejeiras, mas que as pesquisas não estavam dando muito certo e que o antídoto apenas havia potencializado o veneno e o tornado mais mortal para humanos. Nana ficou feliz ao saber disto e Buíno, que também estava descontente com o tratamento que os humanos dispensavam aos animais, ao meio ambiente e até mesmo a si próprios, concordou em leva-la até o zôo.
Chegando lá, no meio da noite, o laboratório realmente tinha algumas aranhas que deveriam ser parentes distantes de Nana mortas e ao lado anotações de como o trabalho deu errado, o veneno ficara 500% pior e não se tornara antídoto. Num misto de coragem e loucura, Nana se lançou dentro da solução, ela sentiu que talvez o veneno serial letal também a ela e morreria, no entanto depois de alguns minutos foi como se todo o corpo dela passasse por uma metamorfose e sua sede de morte aumentou. Ela dobrou de tamanho e sabia que seu veneno agora era mais que mortal para qualquer humano. Pobre do Sr. Buíno, que foi visto como cobaia e ganhou a primeira picada da Nana anabolizada. Ele morreu em poucos segundos. Ela não sentiu nenhum remorso em matar o único animal que a tinha ajudado até o momento, mas não estava feliz por que ainda não havia matado nenhum humano. Decidiu então ficar esperando até o amanhecer para atacar os funcionários do laboratório.
De manhã, quando o zelador Antônio chegou e ligou a cafeteira, Nana o atacou. Diferente de Buíno, que havia morrido em segundos, Antônio não morreu, mas começou uma transformação. Cerdas iguais as do corpo de Nana começaram a crescer nele, seus olhos ficaram totalmente pretos e suas mãos foram substituídas por garras besuntadas com o veneno turbinado de Nana. Em poucos minutos ele era metade homem e metade aranha, porém diferente de Peter Parker dos quadrinhos, Antônio não tinha mais controle sobre seus atos, ele era como um zumbi e Nana conseguia controla-lo. Logo chegou Joana, que era técnica do Zoológico e Nana mandou que Antônio a atacasse. Joana morreu em segundos, assim como havia acontecido com Buíno. Nana então percebeu que se ela picasse humanos, eles se tornariam servos dela e esses servos matariam os demais humanos. Seu plano de extinguir a humanidade estava tomando forma e antes da hora do almoço todos os funcionários do zoológico estavam mortos ou tinham se tornado zumbiranhas, como a própria Nana começou a chamá-los. O primeiro zumbiranha, Seu Antônio, fazia as vezes de transporte para ela. Os demais eram como guarda-costas.
A notícia do que acontera no zoológico se espalhou pela cidade, boatos de monstros eram encarados com medo por alguns e com tom de deboche pela maioria. O problema é que a onda de mortes e transformações começaram a tomar dimensões catastróficas e logo já estava na internet, na TV e em todos os locais do mundo se comentava do que estava acontecendo. Cientistas não conseguiam explicar, mesmo tendo acesso às pesquisas online do pessoal do zoológico, como essas aberrações estavam acontecendo. A cidade foi sitiada e ninguém podia entrar ou sair, porém houve resistência por parte do governo em utilizar força bélica por medo de ferir civis inocentes. Ainda na tarde do primeiro dia, Nana teve o prazer de matar o caçador que a deixara órfã e toda sua família, reconhecendo a casa pela camionete 4x4. Em dois dias já não haviam mais humanos na cidade. O exército de zumbiranhas já atingia o número de 20.000 e ninguém se arriscava a ir até a cidade que passou a ser chamada de Apocalipse. Foi um erro ninguém jogar uma bomba atômica lá e aniquilar com tudo, pois as forças armadas que estavam controlando as fronteiras da cidade sucumbiram em minutos para Nana e sua tropa, que agora além de garras mortais ainda tinham veículos.
O medo começou a se espalhar pelos quatro cantos do mundo e pessoas começaram a fazer abrigos subterrâneos. Os zumbiranhas se dividiram e foram tomando cidade após cidade, matando todos. Sete dias após o incidente no zoológico, já haviam notícias de zumbiranhas em locais há mais de 5.000 km de distância. Com o passar dos dias, parecia que a mutação continuava e a pele dos soldados de Nana não era mais perfurada por balas, nem mesmo uma granada era capaz de mata-los. Todos os que se opunham a eles viravam presas fáceis e com Nana a cada minuto infectando mais e mais pessoas, o exercito só aumentava. Como os animais se recusaram a ajudar Nana no início, ela ordenou que os seus zumbiranhas os matassem também, poupando apenas as aranhas.
Um mês após o caçador ter matado a família de Nana todos os humanos e demais seres vivos da Terra estavam mortos. No lugar haviam apenas aranhas e zumbiranhas perambulando dia e noite em busca de alimento. Nana se sentia realizada com sua façanha e tinha o mundo inteiro só pra ela. Seus súditos zumbiranhas faziam todas as suas vontades. Ela não pode deixar de pensar em sua família esmagada por aqueles pneus, estavam todos vingados. A humanidade teve o que sempre mereceu por não se preocupar com nada além do seu próprio umbigo. Nana viveu por 30 anos em seu mundo pós-apocalíptico, não havia mais nada além de escombros do que foi a humanidade, todos os zumbiranhas morreram logo após Nana e a Terra se aquietou em um silêncio eterno que até hoje apenas ecoa nos confins do sistema Solar.

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