Facebook: o Photoshop da Vida

Comecei a refletir sobre a importância da rede social no nosso cotidiano. Lembrei-me imediatamente do livro Jogador Numero 1, de Ernest Cline, onde há uma rede social chamada por ele de Oásis que todos querem estar o tempo todo. A vida real já não importava mais no mundo abordado no livro (recomendo fortemente a leitura, quem for nerd e viveu o auge de sua “nerdice” nos anos 80/90 vai gostar ainda mais), as pessoas acordavam e se conectavam na rede, estudavam e trabalhavam em ambientes virtuais, tudo era belo e tranqüilo no Oásis. Começo a enxergar o Facebook como um Oásis dos nossos tempos, aqui todos são bonitos, todos os sorrisos são verdadeiros, todas as amizades sinceras e todos os casamentos felizes. Faço então um paralelo com o Photoshop, aquele programa que retoca imagens e as deixam bonitas, porém falsas e artificiais, vejo que a vida nas timelines e murais anda muito retocada, mas de verdade, ainda bem que estão assim, pois a Playboy não venderia nada com fotos mulheres cheias de celulites verdadeiras e nem o Facebook manteria a audiência com verdades do cotidiano das pessoas e com fotos de mulheres sem maquiagem o tempo todo (quem aqui não se assustou com pelo menos uma!). Outra coisa que o Facebook esconde, assim como o Photoshop faz com os defeitos nas fotos, é o que acontece nos bastidores, nas conversas privadas “in box”, onde aquilo que não é mostrado para todos aflora no underground facebooquiano: fofocas, intrigas, infidelidades, tudo está aqui, porém disfarçado de nuvens cor de rosas no mural de cada perfil. O Photoshop é bom para enganar nossos olhos e o Facebook bom para enganar nossa mente. O mundo real é um pouco diferente do virtual, mas você quer realmente ver o mundo real ao acessar sua conta virtual? Ou você realmente quer ver a celulite da modelo ao comprar a Playboy? Acredito então que essa é uma realidade que não vai mudar e o Facebook sempre será igual à vida real, só que com alguns retoques, igual ao Photoshop.

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